Como não podia deixar de ser a imprensa em Mato Grosso foi uma empreitada oficial. Assim sendo Dr. José Antônio Pimenta Bueno, 4º presidente da província (assume em 26/08/1836) promove uma campanha popular e enviou relatório a Assembleia legislativa no dia 1º de março de 1837, apresentando ótimos resultados dizia em sua justificativa:
“As instituições políticas, assim como as demais coisas, tem três atributos e dependências que são essenciais à sua natureza. O sistema administrativo, que nos rege exige publicidade do atos das autoridades, que também dela dependem muitas vezes para que bem possa corresponder a seus fins. Tal é uma das condições que as leis demandam, que é justo, é mesmo indispensável, fazê-las conhecidas, o quanto possível; aliás, a pena imposta pela sua inobservância será repetidas vezes, uma verdadeira tirania.”
O PRIMEIRO JORNAL
De forma que a tipografia foi adquirida em 1838 e a 14 de agosto de 1839 circulou o primeiro número do jornal “Themis mattogrossense”, com um tipógrafo vindo de Goiás, com um salário muito alto para a época, segundo os registros.
A Cuiabá do período tem mais ou menos 12.000 habitantes e este foi o primeiro jornal oficial do centro oeste e circulava às quartas-feiras. Antes é preciso lembrar existiu o jornal “A matutina Meyapontense”, circulando de 05/03/1830 a 24 de maio de 1834 em Pirinópolis.
O Themis era da assembleia e funcionava de acordo com os recursos ou interesses políticos, assim deixou de circular em junho de 1840, reaparecendo em 30 de julho de 1842 com o título de “Cuyabano Oficial”. Essa não foi a única mudança de nome, permanecendo com característica oficial até ser “A Gazeta Cuyabana” em que passou a ter uma preocupação mais informativa.
Mas no ano de 1848 a tipografia oficial, foi vendida para Pimenta Bueno (não mais governador), que passou a fazer a publicação oficial, agora através de contrato. Um negócio com características específicas: A tipografia foi vendida por 800$000 e o serviço de publicação dos atos oficiais foi contrato por 1.200$00. Vemos aí um claro favorecimento público ao jornal “ECHO CUIABANO”. Segundo as fontes ainda dessa forma o governo fica sem jornal oficial por cerca de 42 anos.
O jornal foi comprado com subscrição pública, vendida a particulares, para prestar serviços pagos ao governo.
O período da independência é muito fecundo, tanto na atividade da imprensa quanto na formação dos valores nacionais e apesar das dificuldades também houve aqui uma certa quantidade de tentativas em relação à imprensa que enfrentaram como em todo o país dificuldades de manter periodicidade e regularidade. No entanto a perenidade e a constância das publicações estão entrelaçadas às questões políticas regionais como pudemos perceber em Mato Grosso.